A ciberliteratura é parte do
território mais amplo da ciberarte, isto é, a arte das redes. Este termo se
refere à arte que faz uso, como meio de criação, das redes de computadores, no
sentido em que a rede existe por si mesma e/ou por seus conteúdos técnicos,
culturais e sociais com base para o trabalho artístico.
Os debates atuais nos permitem
distinguir a arte nas redes e a arte das redes. Nas redes, as criações
artísticas utilizam a internet como meio de distribuição (como por exemplo, uma
obra ou poesia de uma escritora, uma galeria virtual, etc). Neste caso, a
internet é apenas uma ferramenta, substituível. Já a arte das redes está irmanada
com o meio das redes eletrônicas, jogos com seus protocolos e suas
virtualidades técnicas, tira partido dos vírus e aproveita o potencial dos
softwares e hardwares. Essa arte seria impensável sem seu meio específico, a
internet.
O termo ciberarte se refere a
toda arte que tem base na cibercultura. A ciberliteratura insere-se no campo mais
amplo da ciberarte.
Para ser produzida, a
arte, como qualquer outra forma de produção, depende de técnicas que lhe são
próprias. Essas técnicas fazem parte inseparável da produção social geral e,
conseqüentemente, fazem também parte das forças produtivas da arte, do estágio
de desenvolvimento dessa produção, envolvendo um conjunto de relações sociais
entre o produtor artístico e seu público. Os modos de produção artística de que
uma sociedade dispõe não são apenas determinantes das relações socias entre
produtores e consumidores, como também interferem substancialmente na própria
natureza da obra. A literatura e as formas de escritura que implica não escapam
a esses princípios, conforme ficou muito bem argumentado no famoso texto de
Walter Benjamin sobre o “Autor como produtor”.
Cada período da história da arte e
da literatura no Ocidente ficou marcado pelos meios que lhe foram próprios.
Assim também, os meios do nosso tempo, neste início do terceiro milênio, estão
nas tecnologias digitais, nas memórias eletrônicas, nas hibridizações dos
ecosistemas com os tecnosistemas e nas absorções inextricáveis das pesquisas
científicas pela criação artística, tudo isso abrindo ao artista e literato
horizontes inéditos para a exploração de novos territórios da sensorialidade e
sensibilidade. Sem deixar de considerar a circunstância de que esses meios
possam ser utilizados de maneira convencional ou de que se possa, por outro
lado, criar obras inventivas e originais com os meios tradicionais, urge que as
formas literárias emergentes sejam consideradas, estudadas, debatidas e
avaliadas na diversidade de aspectos que apresentam.
Postado por: Gabriela Gandhi
Muito bacana! Dê uma olhada no livro "A ciberliteratura: Criação literária e computador" do Pedro Barbosa, muito interessante!
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