terça-feira, 9 de maio de 2017

Ciberliteratura

A ciberliteratura é parte do território mais amplo da ciberarte, isto é, a arte das redes. Este termo se refere à arte que faz uso, como meio de criação, das redes de computadores, no sentido em que a rede existe por si mesma e/ou por seus conteúdos técnicos, culturais e sociais com base para o trabalho artístico.
Os debates atuais nos permitem distinguir a arte nas redes e a arte das redes. Nas redes, as criações artísticas utilizam a internet como meio de distribuição (como por exemplo, uma obra ou poesia de uma escritora, uma galeria virtual, etc). Neste caso, a internet é apenas uma ferramenta, substituível. Já a arte das redes está irmanada com o meio das redes eletrônicas, jogos com seus protocolos e suas virtualidades técnicas, tira partido dos vírus e aproveita o potencial dos softwares e hardwares. Essa arte seria impensável sem seu meio específico, a internet.
O termo ciberarte se refere a toda arte que tem base na cibercultura. A ciberliteratura insere-se no campo mais amplo da ciberarte.
 Para ser produzida, a arte, como qualquer outra forma de produção, depende de técnicas que lhe são próprias. Essas técnicas fazem parte inseparável da produção social geral e, conseqüentemente, fazem também parte das forças produtivas da arte, do estágio de desenvolvimento dessa produção, envolvendo um conjunto de relações sociais entre o produtor artístico e seu público. Os modos de produção artística de que uma sociedade dispõe não são apenas determinantes das relações socias entre produtores e consumidores, como também interferem substancialmente na própria natureza da obra. A literatura e as formas de escritura que implica não escapam a esses princípios, conforme ficou muito bem argumentado no famoso texto de Walter Benjamin sobre o “Autor como produtor”.
     Cada período da história da arte e da literatura no Ocidente ficou marcado pelos meios que lhe foram próprios. Assim também, os meios do nosso tempo, neste início do terceiro milênio, estão nas tecnologias digitais, nas memórias eletrônicas, nas hibridizações dos ecosistemas com os tecnosistemas e nas absorções inextricáveis das pesquisas científicas pela criação artística, tudo isso abrindo ao artista e literato horizontes inéditos para a exploração de novos territórios da sensorialidade e sensibilidade. Sem deixar de considerar a circunstância de que esses meios possam ser utilizados de maneira convencional ou de que se possa, por outro lado, criar obras inventivas e originais com os meios tradicionais, urge que as formas literárias emergentes sejam consideradas, estudadas, debatidas e avaliadas na diversidade de aspectos que apresentam.



Postado por: Gabriela Gandhi

Um comentário:

  1. Muito bacana! Dê uma olhada no livro "A ciberliteratura: Criação literária e computador" do Pedro Barbosa, muito interessante!

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