domingo, 21 de maio de 2017

PLANO DE AULA

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

·         Identificar o gênero dos poemas;
·         Compreender e interpretar o poema trabalhado;
·         Comparar os dois poemas e analisar o que há de semelhante e diferente entre eles;

CRONOGRAMA DOS TRABALHOS

- Tendo como base uma aula com duração de 50 minutos.
·         Apresentação do poema “Para Atravessar Contigo o Deserto do Mundo‘’ (5 min.)

·         Leitura silenciosa do poema (5 min.)  

                                                                                                  
·         Compreensão e interpretação do poema de forma oral, tentando levantar assuntos que se relacionem com o tema tratado no poema (10 min.)

·          Apresentação do poema “Esta Gente”, assim como de sua autora, Sophia de Mello Breyner Andresen (5 min.)


·         Leitura silenciosa do poema (5 min.)

·         Leitura expressiva dos poemas pelo professor e compreensão e interpretação do conto de forma oral, destacando temas como “sociedade contemporânea” (10 min.)


·         Análise oral e escrita dos poemas conforme as estruturas características do gênero (estrutura, esquema rítmico, figuras de linguagem) (10 min.)

CONTEÚDOS

·         Leitura, análise e interpretação dos poemas “Para Atravessar Contigo o Deserto do Mundo” e “Esta gente”, de Sophia de Mello Breyner Andresen.
·         Época dos poemas.
·         Características da Literatura Contemporânea 

Para Atravessar Contigo o Deserto do Mundo

Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo

Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento

-Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Livro Sexto' 



Esta Gente

Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco

Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre

Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome

E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada

Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo

- Sophia de Mello Breyner Andresen, in "Geografia" 


OPERACIONALIZAÇÃO


Composta pela apresentação dos poemas e por suas compreensões e interpretações. Algumas questões orais deverão guiar a discussão, tais como:
·         Quais são as principais características da Literatura Contemporânea.
·         A importância da autora Sophia de Mello Breyner Andresen para a Literatura Portuguesa.
·         Como é a estrutura dos poemas
·         Por que o poema “Esta Gente” diz “É a gente em quem
Um país ocupado”?


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS




Publicado por: Luara Vasconcelos

sábado, 20 de maio de 2017

Conclusão de Projeto de Pesquisa

Ao longo do semestre, falamos sobre o que são as tecnologias da informacao e comunicação, que estão no nosso dia-a-dia, potencializado pelo uso da Internet, após a década de 70. Aprofundamos nosso estudo, pesquisando sobre cibercultura e ciberliteratura, que estão presentes nestas tecnologias. Abordamos também algumas poesias da literatura portuguesa, de Ana Hatherly e Sophia de Mello Boehner Andersen, das quais foram usadas essas mesmas TIC'S para publicação e divulgação das obras, como, por exemplo, o projeto de poesia experimental de Ana Hatherly. Por fim, falamos sobre o uso das TIC'S na educação, e como  essas tecnologias transformam a interação com os professores e alunos, e a participação de ambos nas atividades pedagógicas. Para finalizar nosso projeto de pesquisa, publicaremos um plano de aula sobre literatura contemporânea.

Postado por: Gabriela Gandhi

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Tendências Contemporâneas da Literatura Portuguesa


Contexto histórico:

     A ação militar dos capitães que fez desabar 48 anos de regime fascista em Portugal, o salazarismo (1926-1974), é um dos pilares da compreensão da história contemporânea do país. O outro, que se deu em 1986, é a incorporação de Portugal à comunidade Econômica Europeia. Em 26 de abril de 1974, houve um levante de soldados animados pelas forças políticas comunistas e socialistas, que ganhou o nome de Revolução dos Cravos, graças às mulheres que distribuíram flores para os combatentes. 
     Embora tenha sido um golpe sem grande violência e sem lideranças carismáticas, ele alterou de forma radical as esculturas políticas e econômicas portuguesas, conseguindo forte adesão popular. Em 1976, com o primeiro governo constitucional chefiado pelo socialista Mário Soares, reafirmaram-se em Portugal as garantias de autonomia da Assembleia Constituinte e um sistema pluralista e formalmente democrático.
     Ocorre, assim, a consolidação de um velho projeto existente na nação, em permanente conflito com sua secular postura imperial e colonialista: a adesão portuguesa aos valores europeus - a liberdade e o respeito aos direitos individuais, que fundamentam as democracias ocidentais – que se impuseram em definitivo, distanciando o país para sempre da também velha, e já desgastada, vocação colonial.

Características (do modernismo à atualidade)


     Influência do Neorrealismo nordestino no Neorrealismo português.
     Influência da literatura brasileira nas literaturas africanas de expressão portuguesa.
     O Orfismo que constitui o primeiro movimento que podemos chamar de moderno em Portugal.

     Revista Orpheu, caracterizando-se pela reunião de alguns jovens de ideias vanguardistas.
Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro – eram profundamente inconformistas e colocavam a atividade artística acima de qualquer outro valor.
     Almada Negreiro – Ponte entre Orfismo e a Geração Presença - se preocupou sobretudo em manter e continuar o pensamento órfico, renovando-o na defesa do esteticismo.

     Nos anos 1940, o Neorrealismo negou a dimensão esteticista e metafísica do Presencismo, pregando uma literatura de caráter documental e marcada pelo engajamento nas questões político-sociais.
Essa tendência entrou em crise em razão da contribuição de novas pesquisas de linguagem, de caráter experimental, como o novo romance francês, o surrealismo e o concretismo brasileiro.
     Crise que renovou os caminhos não apenas do Neorrealismo, mas da prosa e da poesia portuguesas de maneira geral.
Na atualidade, ambas têm se alimentado de temas importantes da história recente do país, como a guerra colonial, o processo de independência da África portuguesa e a descoberta das literaturas africanas de expressão portuguesa – nova e fecunda fonte de renovação. 

Agustina Bessa-Luís (1922)


Biografia
     Pseudônimo literário de Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa. A escritora portuguesa viveu durante a infância e adolescência na região de Entre-Douro e Minho e depois em Coimbra até 1948. Casou em 1945 com Alberto de Oliveira Luís. A partir de 1948 fixou residência no Porto. Entre 1986 e 1987 foi Diretora do diário O Primeiro de Janeiro (Porto). Entre 1990 e 1993 assumiu a direção do Teatro Nacional de D. Maria II (Lisboa) e foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social.  Aos 81 anos, Agustina recebeu o Prêmio Camões, considerado o mais importante prêmio literário da língua portuguesa.
Temáticas
     Entre os temas fundamentais, podemos apontar a complexidade do ser humano que muitas vezes nos leva a julgar mal se nos baseamos apenas na aparência e nos gestos exteriores. Também é importante a temática do amor à terra e do apego à propriedade.



Algumas Obras:

Fenômeno de desfocagem


Casamento - é muito difícil conhecer uma pessoa com quem se vive muito próximo, porque há um fenômeno de desfocagem, porque se está tão próximo não há uma perspectiva para conhecer, só para amar.

O movimento produz calor


Eu admiro os grandes parados. Em geral são pessoas de grande perspicácia. O movimento produz calor, mas não aguça a inteligência.


O tempo da crise


Nós, as mulheres, o que nos faz amar um homem é aparentá-lo com tudo o que amamos - o tempo da crise, da puberdade, da gestação, do enigma; os primeiros rostos, as primeiras carícias, os primeiros medos.




Fonte: http://www.portaldaliteratura.com/
Publicado por: Luara Vasconcelos



sexta-feira, 12 de maio de 2017

A IMPORTÂNCIA DO USO DE NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO PARA SAÚDE

Vivemos a era da informatização: grupos sociais interagem na internet, as conversas e convívios se dão mediados pela tecnologia da informação e comunicação (TIC), o envio e recebimento de documentos, antes transitados via correio, agora se dá pela internet e até mesmo a validação de documentos e assinaturas acontece nesse ambiente virtual. Via de regra, as comunicações quer sejam formais ou não formais acontecem em ambientes para alguns novo e estranho, mas para muitos - na verdade a maioria - acontecem em um ambiente totalmente informatizado. As escolas, portanto, não podem ficar de fora desse contexto, pois estarão indo de encontro a esse movimento irreversível de um modus operandi que já está estabelecido na comunicação. Segundo Soares-Leite & Nascimento-Ribeiro (2012, p.3) “A inserção das TICs na educação pode ser uma importante ferramenta para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem”.
No entanto, para que o processo de ensino-aprendizagem tenha o sucesso almejado é necessário equipar todo o contexto escolar, seja o ambiente físico com os equipamentos necessários, seja na formação dos professores, conferindo-lhes uma educação continuada. Dessa forma, estaria se propiciando às crianças e, por extensão, aos seus familiares, uma ferramenta que já faz parte do seu cotidiano infantil. Independentemente do nível socioeconômico, costuma-se dizer que “as crianças de hoje já nascem com um “chip” implantado, tornando coerente e racional explorarmos algo que já faz parte desse universo com a finalidade de obtermos melhores resultados nesse processo de ensino-aprendizagem.
Como afirma Demo (2011 P.10), “a alfabetização não acontece mais apenas na escola ou em ambientes restritos”. As crianças também se alfabetizam em casa, em um ambiente onde as novas tecnologias estão presentes e são inexoravelmente muito usadas, quer sejam PCs, Tablets e telemóveis. Muitas se encontram conectadas à internet com informações contextualizadas para seu ambiente social, econômico, religioso, cultural, de modo que a interação se dá ativamente. Em contrapartida, muitas vezes o mesmo não ocorre nas escolas.
Nesse espaço virtual, os estímulos são múltiplos, e a criança interage explorando quase todos os sentidos. Ao mesmo tempo em que ela vê, ouve, toca, é também estimulada nas sensações gustativas e odoríficas, tornando o aprendizado atraente.
O importante nesse processo é atentarmos para o que estará disponível ao acesso das crianças na internet, temos que levar em consideração que o ambiente virtual está recheado de lixo eletrônico, da mesma forma que ela poderá ter acesso a todos os tipos de informação nas ruas, nas conversas, nas casas e na TV, no ambiente virtual não é diferente, há acesso a todo o tipo de informação e pessoas, é necessário ficarmos atentos a esses aspectos, no caso em questão das TICs, disponibilizando acesso apenas ao que constrói e educa, para isso as escolas e professores necessariamente precisam estar preparados, como afirma Demo (2011, p.23 ), “O que ocorre é que o professor precisa reestruturar-se em um novo momento pedagógico e tecnológico, para atuar nele como sujeito, não como objeto.”
As TICs no ambiente escolar também podem exercer um importante papel na educação para a saúde (EpS), entendendo-se EpS como uma forma de alterar comportamentos nocivos em comportamentos adequados para a melhoria da saúde e, concomitantemente, da qualidade de vida. É fundamental levar em conta as tecnologias como um recurso viável e potente diante das mazelas e agravos à saúde humana. A escola significa um local importante para se trabalhar conhecimentos, habilidades e mudanças de comportamento. A educação escolar, neste processo, desempenha importante papel, pois é a grande alavanca de transformação social e, neste caso concreto, nos modos de prevenção à saúde. Nela se podem apreender comportamentos novos e positivos relacionados aos autocuidados. Dessa forma, nada mais generoso que aproveitar esse ambiente para se fazer EpS, aliando a ele as tecnologias da informação, que nos brindam com recursos estimulantes como jogos e aplicativos educativos.
É inegável que as novas gerações vivem um momento diferente em termos de comunicação. Assim, é possível vermos crianças a partir de dois anos utilizando tablets, Ipods e telemóveis com uma atenção acurada no que aí está posto. Entendo que esse movimento é irreversível e que é inútil a tentativa de manter-se em um sistema ora ultrapassado. Portanto, não há luta a ser travada, pois se houver um impasse e não avançarmos, o aluno é quem sairá prejudicado. Partindo desse pressuposto, é imprescindível que o educador para saúde acompanhe esse movimento, se aproprie dessa tecnologia e a utilize como um instrumento eficaz, efetivo de comunicação e contribuição para a melhoria da qualidade de vida, pois como afirma Valanides & Angeli (2008, p.3) “usar ou não computadores na aprendizagem, não é mais uma questão na educação. A atual questão está em garantir que computadores sejam utilizados de forma eficaz para criar novas oportunidades de ensino e aprendizagem”.
Dessa forma as TICs estão aí e vieram para ficar e fazer história. Isso é incontestável e não há volta, resta-nos enxergarmos e fazermos uso de mais uma ferramenta educacional, de comunicação, que pode sim ajudar para que possamos ter pessoas mais informadas, com melhor qualidade de vida e um planeta mais limpo e disso depende como gerenciarmos a informação.
Fonte: http://www.op-edu.eu/artigo/a-importancia-do-uso-de-novas-tecnologias-na-educacao-para-saude
Postado por: Juliana Gonçalves Cristino.

Pedro Barbosa - Escritor Português.

É conhecido sobretudo por seu trabalho de criação e teorização na área da literatura eletrônica e ciberliteraturaLicenciado em Filologia e Literaturas Modernas (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra), mestre em Estética Informacional (Universidade de Estrasburgo) e doutor em Ciências da Comunicação (Universidade Nova de Lisboa). Lecionou e fez investigação em Portugal, França, Itália e Brasil. Fundou em 1996 o CETIC, Centro de Estudos de Texto Informático e Ciberliteratura na Universidade Fernando Pessoa, e integra ainda como investigador os seguintes Centros: Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens (CECL) da Universidade Nova de Lisboa, Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência (CTEC) na UFP, Núcleo de Pesquisas em Hipermídia (NuPH) na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Brasil) e o Centre de Recherches sur les Textes Électroniques Littéraires (CERTEL), na Universidade de Artois (França).


Obras principais

  • Ensaio: Teoria do Teatro Moderno (Prémio de Ensaio da Associação Portuguesa de Escritores - 1982), Metamorfoses do Real: arte, imaginário e conhecimento estético (1995), A Ciberliteratura: criação literária e computador (1996), Arte, Comunicação & Semiótica (2002), Teoria do Teatro Moderno: a hora zero (2ª edição, 2003);
  • Teatro: Eróstrato (1984), Anticleia ou os Chapéus-de-Chuva do Sonho (1992), PortoMetropolitanoLento (1993), Alletsator-XPTO.Kosmos2001 (ópera electrónica – 2001), Sacrilégio Teatral (2004), Há Alguém Aí? (2004);
  • Ficção: O Guardador de Retretes (1976, 4ª ed.2007), Prefácio para uma Personagem Só (1993), Histórias da Menina Minhó-Minhó (para crianças - 1988, 2ªed.2009); *Ciberliteratura: A Literatura Cibernética 1 - autopoemas gerados por computador (1977), A Literatura Cibernética 2 - um sintetizador de narrativas (1980), Máquinas Pensantes - aforismos gerados por computador (1986), Teoria do Homem Sentado (livro virtual, 1996), O Motor Textual (livro infinito, 2001), Alletsator (hipermídia realizada em parceria com o Cetic e o Nuph/TIDD, 2007).
Várias dissertações de mestrado foram realizadas sobre a sua poética digital em França e no Brasil. Está biografado em Who's Who in the World (22.nd ed.,New Providence, USA) e no Dictionary of International Biography (32.nd ed., IBC, Cambridge, GB).


Fonte: Wikipedia.

Postado por: Juliana Gonçalves Cristino.

terça-feira, 9 de maio de 2017


 UTILIZAÇÃO DE TICS EM ESCOLAS BRASILEIRAS



Por meio da pesquisa TIC Educação, realizada anualmente, desde 2010, pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), objetivando identificar os usos e apropriações tecnológicas e pedagógicas das TIC o panorama atual das TIC nas escolas brasileiras pode ser conhecido, com abrangência de todas as regiões representativas do Brasil. Este texto destaca os resultados da pesquisa sobre os usos pedagógicos das TIC em escolas públicas, uma vez que entre os 190.706 estabelecimentos de educação básica do país, com 50.042.448 matrículas, 82,8% destas estão em escolas públicas, conforme Censo Escolar 2013 (BRASIL, 2014). 


A pesquisa TIC Educação 2014, caracterizada como survey, envolveu amostra composta por 1.486 escolas urbanas de educação básica, públicas e privadas, onde entrevistou diretores, coordenadores pedagógicos, professores de Português e de Matemática e alunos. Os dados aqui considerados se referem aos usos pedagógicos das TIC pelos professores das escolas públicas (1.494) que participaram da amostragem, entre as quais 98% possuem computador, instalado ou não, e 92% destas têm acesso à Internet em algum espaço. Nota-se que 67% das escolas públicas possuem conexão à Internet sem fio, mas segundo respostas de 81% dos diretores a baixa velocidade de conexão (inferior a 2 Mbps em 41% das escolas) é fator restritivo para seu uso. Em 85% das escolas prepondera a instalação de computadores em laboratórios, na sala do diretor ou do coordenador pedagógico (86%), seguida da sala dos professores (62%), da biblioteca ou sala de estudos (40%) e na sala de aula (4%). Porém, 50% dos professores informaram levar o computador portátil pessoal para uso na aula. 
Esses resultados indicam dois aspectos interessantes: primeiro que o poder público se encontra paralisado no que se refere ao fomento ao acesso às TIC na escola e na sala de aula (dados de 2013 mostraram 6% de escolas públicas com computadores instalados na sala de aula); segundo que o professor está trazendo para dentro da escola o instrumento da cultura que faz parte de seu cotidiano para auxiliar no trabalho pedagógico.


Em relação às atividades pedagógicas que os professores informaram realizar costumeiramente com seus alunos utilizando computador e Internet independente do local, observa-se aumento acentuado em relação aos anos anteriores no que tange aos elementos indicadores do trabalho com pedagogias ativas: produção de materiais pelos alunos, como textos, maquetes, relatórios, etc.; elaboração de planilhas e gráficos; trabalhos em grupos; uso de jogos educativos; pesquisa em livros, revistas e Internet; realização de trabalhos sobre temas específicos. Esses elementos sugerem uma tendência relacionada com características da cultura digital de busca de informações em distintas fontes e autoria do aluno, com uma possível abertura para o desenvolvimento de um currículo aberto aos conhecimentos, valores e procedimentos criados na prática social pedagógica. 


Em contrapartida, continua alto o percentual de professores que ensinam sobre como usar o computador e a Internet, indicando uma visão de currículo em que imperam as aulas instrucionais e o currículo segue o roteiro preconizado, desconsiderando os conhecimentos dos alunos relacionados à apropriação das TIC ou que eles trazem sobre suas experiências de vida e que emergem na prática, bem como as informações buscadas em diferentes fontes. Outro resultado interessante se refere ao meio de acesso à Internet, em que 64% dos professores (79% dos alunos) informam terem usado a Internet via celular nos últimos três meses, resultados com forte crescimento em relação à pesquisa anterior do Cetic.br (2014), quando tal uso era de 36% dos professores. Evidencia-se assim um potencial a ser explorado com o uso pedagógico dos telefones móveis, cabendo às escolas e principalmente às redes de ensino prover a conexão em banda larga, conforme preconiza o Programa Banda Larga nas Escolas. Devido à dispersão que esse recurso causa aos alunos, ele permanece censurado em muitas redes de ensino e escolas, mas seu uso é inerente à cultura digital e para liberá-lo é importante que regras sejam acordadas coletivamente. 

Desde 2013, o Cetic.br coleta informações sobre o uso de Recursos Educacionais Abertos (REA), mostrando forte adesão dos professores da escola pública (96%) a conteúdos digitais para planejar as aulas e usá-lo na prática pedagógica, com destaque para o uso de: imagens, questões de avaliação, textos, vídeos, videoaulas, listas de leituras, apresentações temáticas, programas/software, jogos e outros. Percentual considerável desses professores (86%) informa alterar conteúdos originais desses recursos, indicando também a autoria do professor na forma de remix, o que se coaduna com atividades abertas à autoria do aluno.


Os aspectos que movem o professor para a adoção de recursos digitais dizem respeito, sobretudo, à motivação pessoal (92%) e demanda ou necessidade dos alunos (66%), com baixo índice para incentivo dos órgãos públicos e projeto político-pedagógico da escola, sugerindo uma identificação do professor mais próxima da cultura digital com a qual convive no cotidiano do que com as políticas educativas. Esse indício se fortalece pelas formas de aprendizado para uso do computador e da Internet buscadas pelo professor, com destaque para: sozinho (67%) e fez um curso específico (57%); entre estes que fizeram um curso, 74% pagaram com seus próprios recursos, 29% fizeram curso oferecido pela rede de ensino e 18%, pela própria escola. Isso indica que a imersão do professor na cultura digital prevalece sobre as políticas públicas relacionadas com as TIC na educação, reforçando a necessidade de outras políticas para a formação continuada de professores para uso pedagógico das TIC e empenho para iniciativas de formação inicial. 


O uso pedagógico das TIC exige a apropriação pedagógica dessas tecnologias, aspectos não tratados em cursos voltados ao domínio instrumental. Em suma, os resultados da pesquisa TIC Educação  mostram avanços na fluência tecnológica dos professores e sua inserção na cultura digital, porém há uma estagnação em relação ao provimento de recursos tecnológicos nas escolas e, sobretudo, de conexão banda larga à Internet. Faz-se necessário priorizar investimentos na formação de professores voltada ao desenvolvimento de competências pedagógicas de uso das TIC, esforços na integração entre as tecnologias.








Fonte: http://www.cetic.br/

Publicado por: Luara Vasconcelos 


Ciberliteratura

A ciberliteratura é parte do território mais amplo da ciberarte, isto é, a arte das redes. Este termo se refere à arte que faz uso, como meio de criação, das redes de computadores, no sentido em que a rede existe por si mesma e/ou por seus conteúdos técnicos, culturais e sociais com base para o trabalho artístico.
Os debates atuais nos permitem distinguir a arte nas redes e a arte das redes. Nas redes, as criações artísticas utilizam a internet como meio de distribuição (como por exemplo, uma obra ou poesia de uma escritora, uma galeria virtual, etc). Neste caso, a internet é apenas uma ferramenta, substituível. Já a arte das redes está irmanada com o meio das redes eletrônicas, jogos com seus protocolos e suas virtualidades técnicas, tira partido dos vírus e aproveita o potencial dos softwares e hardwares. Essa arte seria impensável sem seu meio específico, a internet.
O termo ciberarte se refere a toda arte que tem base na cibercultura. A ciberliteratura insere-se no campo mais amplo da ciberarte.
 Para ser produzida, a arte, como qualquer outra forma de produção, depende de técnicas que lhe são próprias. Essas técnicas fazem parte inseparável da produção social geral e, conseqüentemente, fazem também parte das forças produtivas da arte, do estágio de desenvolvimento dessa produção, envolvendo um conjunto de relações sociais entre o produtor artístico e seu público. Os modos de produção artística de que uma sociedade dispõe não são apenas determinantes das relações socias entre produtores e consumidores, como também interferem substancialmente na própria natureza da obra. A literatura e as formas de escritura que implica não escapam a esses princípios, conforme ficou muito bem argumentado no famoso texto de Walter Benjamin sobre o “Autor como produtor”.
     Cada período da história da arte e da literatura no Ocidente ficou marcado pelos meios que lhe foram próprios. Assim também, os meios do nosso tempo, neste início do terceiro milênio, estão nas tecnologias digitais, nas memórias eletrônicas, nas hibridizações dos ecosistemas com os tecnosistemas e nas absorções inextricáveis das pesquisas científicas pela criação artística, tudo isso abrindo ao artista e literato horizontes inéditos para a exploração de novos territórios da sensorialidade e sensibilidade. Sem deixar de considerar a circunstância de que esses meios possam ser utilizados de maneira convencional ou de que se possa, por outro lado, criar obras inventivas e originais com os meios tradicionais, urge que as formas literárias emergentes sejam consideradas, estudadas, debatidas e avaliadas na diversidade de aspectos que apresentam.



Postado por: Gabriela Gandhi

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Mas afinal, o que é Cibercultura?

A cibercultura é a relação entre as tecnologias de informação e comunicação (TICs) e a cultura, emergentes a partir da convergência informatização/telecomunicação na década de 1970. Trata-se de uma nova relação entre tecnologias e a sociabilidade, configurando a cultura contemporânea (Lemos, 2002). 


A cibercultura é entendida como um conjunto de espaços, atitudes, rituais e costumes que as pessoas desenvolvem quando entram em contato com a tecnologia. Assim, é possível entender como algumas pessoas lidam com a situação.
 É também o estudo de vários fenômenos sociais associados à internet e outras novas formas de comunicação em rede, como as comunidades on-line, jogos de multi-usuários, jogos sociais, mídias sociais, realidade aumentada, mensagens de texto,[1] e inclui questões relacionadas à identidade, privacidade e formação de rede.
É fácil entender. Normalmente, o indivíduo que está bem inserido nesse contexto tende a não perceber que se trata de algo que vem acontecendo desde a década de 1970. Entretanto, os laços tecnológicos ficaram mais estreitos a partir da popularização da internet e das tecnologias móveis como os telefones celulares, smartphones e computaores portáteis.
A cibercultura também é um termo utilizado na definição dos agenciamentos sociais das comunidades no espaço eletrônico virtual. Estas comunidades estão ampliando e popularizando a utilização da Internet e outras tecnologias de comunicação, possibilitando assim maior aproximação entre as pessoas de todo o mundo.

As novidades que a tecnologia trouxe para a modernidade a partir das décadas de 60 e 70, tal qual a possibilidade de remixagem de textos, utilização de técnicas literárias como o cut-up (cópia-colagem), o advento da internet entre outros, geraram diversos debates sobre questões sociais. Nesse contexto, durante a década de 80 novos termos como cibercultura, proposto por Pierre Lévy e ciberespaço, de William Gibson, surgiram.
Já a a ciberliteratura designa aqueles textos literários cuja construção baseia-se em procedimentos informáticos: combinatórios, multimidiáticos ou interativos, o que veremos na próxima postagem.


Postado por: Gabriela Gandhi

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Sophia de Mello Breyner Andresen

Biografia de Sophia de Mello Breyner Andresen



Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) foi uma das mais importantes poetisas portuguesas contemporâneas.

Primeira mulher a receber o Prêmio Camões, o maior prêmio literário da língua portuguesa. Sophia nasceu na cidade do Porto, Portugal, em 6 de novembro de 1919. De família aristocrática, era filha de João Herique Andresen e Maria Amélia de Mello Breyner e neta do proprietário da Quinta do Campo Alegre, hoje Jardim Botânico do Porto. Sua mãe era neta do Conde Henrique de Burnay e filha do Conde de Mafra. Estudou Filosofia Clássica na Universidade de Lisboa, entre 1936 e 1939, sem concluir o curso, participou de movimentos universitários.

Em 1940 publicou seus primeiros versos nos “Cadernos de Poesia”.
A partir de 1944 se dedicou à literatura, nesse mesmo ano escreveu diversas poesias como, “O Jardim e a Casa”, “Casa Branca”, “O Jardim Perdido” e “Jardim e a Noite”, obras que recordam sua infância e juventude. Em 1946, Sophia casou com o jornalista, advogado e político Francisco Souza Tavares e muda-se par Lisboa. O casal teve cinco filhos, que a motivaram a escrever contos infantis, entre eles, “A Menina do Mar” (1961) e “A Fada Oriana” (1964). Nesse mesmo ano recebeu o Prêmio de Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores pela obra “Livro Sexto” (1962).

Sophia participou ativamente da oposição ao Estado Novo. Foi candidata pela oposição Democrática nas eleições legislativas de 1968 e foi sócia fundadora da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos. Após a Revolução de abril de 1974 foi candidata à Assembleia Constituinte pelo Partido Socialista em 1975.

Foi contemporânea dos poetas Eugênio de Andrade, Jorge de Sena, entre outros. Sua obra soa muitas vezes como uma voz de liberdade. Denota também uma sólida cultura clássica, onde se observa sua paixão pela cultura grega. Alguns temas são constantes em suas obras, como a “natureza”, “a cidade”, “o tempo” e “o mar”. Sua importante obra para crianças tornou-se um clássico da literatura infantil em Portugal, marcando várias gerações.

Autora de diversos livros de poesia, Sophia também escreveu contos, artigos, ensaios e peça teatral. Traduziu para o português as obras de Eurípedes, Shakespeare, Dante e Claudel. Para o francês, traduziu Camões, Mário Sá-Carneiro, Cesário Verde, Fernando Pessoa, entre outros.

Sophia de Mello Breyner recebeu diversos prêmios e honrarias, entre eles, o título Honoris Causa, em 1998, pela Universidade de Aveiro, o Prêmio Camões (1999), o Prêmio de Poesia Max Jacob (2001) e o Prêmio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana em 2003.
Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu em Lisboa, no dia 2 de julho de 2004. Desde 2005 seus poemas foram colocados em exposição permanente no Oceanário de Lisboa.

Vejamos alguns poemas da autora:


Mar

Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam outra vez,
Que após cada queda caminho para a vida,
Por uma nova ilusão entontecida.

E se vou dizendo aos astros o meu mal
É porque também tu revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor pelas alturas.
E se antes de tudo odeio e fujo
O que é impuro, profano e sujo,
É só porque as tuas ondas são puras.




25 de Abril

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo






Hora

Sinto que hoje novamente embarco
Para as grandes aventuras,
Passam no ar palavras obscuras
E o meu desejo canta --- por isso marco
Nos meus sentidos a imagem desta hora.

Sonoro e profundo
Aquele mundo
Que eu sonhara e perdera
Espera
O peso dos meus gestos.

E dormem mil gestos nos meus dedos.

Desligadas dos círculos funestos
Das mentiras alheias,
Finalmente solitárias,
As minhas mãos estão cheias
De expectativa e de segredos
Como os negros arvoredos
Que baloiçam na noite murmurando.

Ao longe por mim oiço chamando
A voz das coisas que eu sei amar.

E de novo caminho para o mar.



Fontes: https://www.ebiografia.com/
http://www.escritas.org/pt/

Publicado por: Luara Vasconcelos